Ao completar cento e sete anos de vida, a Filarmónica Varzeense realizou a sua habitual festa anual no primeiro fim-de-semana do mês de Agosto.
O evento iniciou no serão do dia 1 de Agosto, com a abertura da quermesse e a actuação do Grupo de Musicas e Cantares da Várzea, seguindo-se o baile abrilhantado pelo Grupo Musical “Cheirinhos do Sul”.
No dia seguinte (domingo, dia 2 de Agosto) pelas 11horas teve lugar a Missa em honra de Santa Cecília (padroeira da Filarmónica). A Missa Solene, celebrada pelos párocos: António Calixto e Robson Cruz, foi acompanhada pela filarmónica aniversariante, que participou na cerimónia religiosa, com suas vozes e instrumentos, abrilhantando o momento religioso. Após a missa dominical, com a presença de inúmeros fiéis, realizou-se a procissão, em volta da Igreja, transportando o andor de Santa Cecília.
No final da procissão teve lugar o almoço convívio que reuniu músicos, familiares e amigos na sede da Filarmónica, num total de cerca de centena e meia de pessoas.
Finda a deliciosa refeição, muito bem confeccionada, o presidente da Assembleia da Filarmónica aniversariante, Dr. Mário Garcia, dirigiu uma saudação a todos os presentes, em especial aos representantes das organizações e associações presentes e começando por dizer alguns nomes, fez referência ao presidente e ao vice presidente da Câmara Municipal de Góis, que, conforme acrescentou: “têm dado um apoio extraordinário à Filarmónica”. Fez ainda referência à comparência do presidente da Assembleia Municipal, presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova do Ceira, representante da Cooperativa de Vila Nova do Ceira, da Associação Educativa e Recreativa de Góis, bem como, à presença de todos “tão essencial ao desenvolvimento da Filvar”, conforme frisou.
Mário Garcia realçou também as qualidades da filarmónica e do seu maestro e deixou ainda uma palavra de agradecimento para com todos os músicos.
O maestro da Filarmónica, Dr. Nelo Paiva, congratulou-se por ver a sala cheia e, à imagem dos anos anteriores, voltou a insistir no decrescimento em termos humanos.
O regente prosseguiu: “temos uma escola de música apenas com 15 jovens, na sua maioria mulheres”, mas... “têm estado a sair mais músicos que os que têm entrado” e lamentou: “estamos apenas com 22 elementos”.
O regente da filarmónica aniversariante realçou a necessidade das pessoas incentivarem os jovens a ingressarem na Filvar, “tão importante para a nossa terra”, disse.
Nelo Paiva recordou ainda as vantagens inerentes à entrada para a Filarmónica, que para além de poderem aprender música é também uma óptima escola de vida.
Nelo Paiva enalteceu os elementos da direcção, que têm pugnado por dar à Filvar as melhores condições e admitiu que, “não são muitas as filarmónicas que conseguem ter umas instalações tão condignas”.
No final das suas palavras, o maestro entregou uma partitura que compôs propositadamente dedicada a todo o povo varzeense e ao Jornal O VARZEENSE. Para o efeito, chamou o presidente da Junta de Freguesia, António Monteiro em representação do povo varzeense e a funcionária Catarina Ferreira em nome do jornal O VARZEENSE, tendo ainda chamado o presidente da direcção da FILVAR, Amorim Garcia, para entregar a partitura que ficará na filarmónica.
Conforme leu o regente e como consta na dedicatória: “esta é uma dupla homenagem, por um lado a um povo simpático que me acolheu, acarinhou e me adoptou de há 18 anos a esta parte como seu concidadão e ao mesmo tempo a um jornal que tem defendido não só as gentes da Várzea mas todas as freguesias do concelho de Góis e a região onde este está inserido, em geral”.
O Jornal O VARZEENSE agradece reconhecidamente esta homenagem e guarda na sua redacção, com muita estima e consideração, a partitura oferecida, pelo digníssimo maestro Nelo Paiva, que compôs e orquestrou a marcha intitulada “O VARZEENSE”.
A continuar os discurso, Helena Sanches, em nome da Associação Educativa e Recreativa de Góis, desejou um feliz aniversário à FILVAR e consciente das dificuldades que atravessam estas causas aspirou para que tudo corra bem às duas filarmónicas do concelho.
O presidente da Assembleia Municipal de Góis, José Carvalho, na qualidade de amigo da FILVAR, também fez referência à habitual dificuldade em reportar pessoas para a FILVAR, salientando que os jovens que passarem a integrar esta casa irão beneficiar duma escola de música onde também aprendem alguma disciplina e, quem sabe, pode ser o início de uma grande carreira musical e a título de exemplo, José Carvalho referiu que “alguns músicos que começaram na escola de música da Filarmónica de Góis, são hoje quase profissionais”.
O presidente da Assembleia Municipal continuou o seu discurso dizendo: “estamos em tempo de eleições e ainda não se sabe quem vai ganhar, mas estou certo que, seja quem for que ganhe irá continuar a manter este carinho para com as filarmónicas do concelho de Góis”.
O presidente da Câmara Municipal de Góis, consciente que contribuiu sempre, dentro das possibilidades, manifestou que tem nutrido um carinho muito especial para com as filarmónicas do concelho.
José Girão afirmou que o seu ciclo político está a terminar mas apelou a quem o suceder para que continue a apoiar as filarmónicas, bem como, os restantes grupos culturais e instituições do concelho, incentivando também os jovens a entrarem para estas “casas”.
José Girão confessou que ao longos dos 30 anos, como autarca, gostou imenso de trabalhar nesta terra que adoptou como sua e onde prometeu continuar a viver, disponibilizando-se para continuar a apoiar, dentro das suas possibilidades.
O presidente terminou com um apelo aos candidatos à Câmara para que continuem a olhar pelo concelho e suas instituições com muito carinho e amor, para que haja uma vida cada vez melhor no nosso concelho. José Girão deixou ainda uma palavra de apreço para com o presidente da direcção, Amorim Garcia, que, conforme afirmou: “tem sido um grande lutador pela Filvar”.
Terminados os discursos, continuou o convívio, que se estendeu até ao final da tarde, momento em que a Filarmónica aniversariante se dirigiu para o largo da Igreja, onde realizou um concerto, interpretando algumas peças do seu repertório.
Repleto de música e muita animação, o programa contou ainda com o Grupo Etnográfico Anobra, de Condeixa a Nova e a terminar com chave d´ouro, encerrou com a actuação do Rancho “Mensageiros da Alegria”, de Vila Nova do Ceira.
"in O Varzeense"