sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Festa da FILVAR assinalou mais um aniversário



Ao completar cento e oito anos de vida, a Filarmónica Varzeense realizou a sua habitual festa anual no fim-de-semana de 31 de Julho e 1 de Agosto.O programa iniciou-se no serão do dia 31 com um baile abrilhantado pelo Grupo Musical “Cheirinhos do Sul”, que teve lugar no Adro da Igreja.
No dia seguinte (domingo, dia 1 de Agosto) pelas 12horas, a FILVAR interpretou duas peças e no final do concerto teve lugar o almoço convívio que reuniu músicos, familiares e amigos da centenária Banda, na sede da Filarmónica, num total de cerca de uma centena de participantes.

Finda a deliciosa refeição, muito bem confeccionada, o maestro da Filarmónica, Dr. Nelo Paiva, agradeceu a presença de todos os que se associaram ao almoço com principal destaque para o Sr. Jaime por ter confeccionado a refeição e para todos os que se disponibilizaram para a servir.
O regente prosseguiu agradecendo o donativo da Junta de Freguesia de Vila Nova do Ceira, no valor de mil e quinhentos euros.
À semelhança dos anos anteriores, voltou a insistir no principal problema da FILVAR (escassez de material humano).
“Não tem sido fácil manter esta casa, nomeadamente no que se prende com o factor humano”, referiu, acrescentando que apesar de se continuarem a formar alguns músicos, não têm sido suficientes para compensar os que têm saído.
Continuamos com uma escola de música com cerca de 15 jovens na sua quase totalidade femininos, esperando que entrem mais.
Nelo Paiva realçou a necessidade das pessoas incentivarem os jovens a ingressarem na Filvar, referindo que “têm obrigação moral de trazerem filhos e netos para a banda” alertando para que “além de ser uma escola de música é também uma escola de virtudes”.
O maestro prosseguiu dizendo que “a FILVAR é uma referência do concelho de Góis e provavelmente a maior referência da freguesia de Vila Nova do Ceira, apelando para a necessidade de se manter. Acrescentou ainda que “conseguir que uma associação como esta se mantenha é bastante difícil, acabar com ela é relativamente fácil”, pelo que, apelou a todos os varzeenses, Junta de Freguesia e Câmara Municipal para que não a deixem acabar por meras mesquinhices.
No final das suas palavras, o maestro entregou uma partitura que compôs, ao presidente da direcção, Amorim Garcia, intitulada “A Caminho da Várzea”.
Conforme leu o regente e como consta na dedicatória: “Dedico esta marcha que intitulei de “A caminho da Várzea” a todos os filarmónicos e a todos os elementos dos corpos sociais que passaram ao longo dos tempos pela FILVAR.Esta é a minha modesta mas sincera homenagem a quem, com a sua carolice e espírito de sacrifício, é responsável pela sobrevivência da FILVAR. O meu desejo é que continuem a aparecer mulheres e homens de boa vontade que façam com que esta filarmónica centenária cresça e se fortaleça.O meu sincero obrigado a todos eles”.
Nelo Paiva terminou afirmando que “a filarmónica sempre foi um elo de ligação entre todos os varzeenses e por isso espero que interiorizem as minhas palavras e que não me obriguem a intitular a próxima marcha com o nome – De regresso a casa”.
Dando continuidade aos discurso, Helena Sanches, em nome da Associação Educativa e Recreativa de Góis, desejou um feliz aniversário à FILVAR e consciente das dificuldades que atravessam estas causas, aspirou para que tudo corra bem e para que no próximo ano se possam voltar a encontrar para assinalarem mais um ano da FILVAR. Terminou com uma felicitação para todos os elementos que compõem esta filarmónica, directores, familiares e amigos.
António Gouveia, na qualidade de Presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova do Ceira fez referência à habitual colaboração cedida pela Junta de Freguesia que tem havido também com os anteriores executivos e que continuará a haver, dentro das possibilidades da Junta.
Pegando nas palavras do maestro, também o presidente da freguesia manifestou tristeza por “numa terra tão pequena poder haver situação de mesquinhice” e acrescentou: “somos racionais, devíamos parar, pensar e tentar cooperar em conjunto, porque é pena que a filarmónica vá abaixo e é pena que numa terra com tantos jovens haja dificuldade de elementos” e terminou desejando que a próxima marcha composta pelo maestro Nelo Paiva não seja intitulada de regresso a casa.
Congratulou-se, ainda, pelo bom coração de quem serviu o almoço, louvando também quem confeccionou a refeição.
Em representação da Câmara Municipal de Góis, o Dr. José Rodrigues, agradeceu o convite formulado à autarquia e após cumprimentar todos os presentes reconheceu que não é fácil o trabalho realizado neste tipo de associações e deixou o repto para que não desistam.
O edil continuou recordando que o seu bisavô esteve na criação desta filarmónica, tal como, muitos outros e que é gratificante podermos enaltecer e recordar alguns antepassados que passaram pela banda.
Na semana anterior, conforme confessou, assistiu a concertos realizados por algumas bandas e verificou que a maioria dos executantes eram jovens, por isso deixou o repto aos pais e familiares dos jovens varzeenses para que também entrem para a FILVAR.
José Rodrigues prosseguiu afirmando que, “da parte da Câmara Municipal, tal como tem sido seu apanágio, tudo fará no que estiver ao seu alcance, para contribuir para que a centenária Filarmónica não morra.
Terminados os discursos, continuou o convívio, que se estendeu até ao final da tarde, culminando com um concerto da FILVAR, realizado no Adro da Igreja.
"In O Varzeense"

Sem comentários: