segunda-feira, 19 de setembro de 2011

FILVAR assinalou aniversário em festa






Ao completar 109 anos, a Filarmónica Varzeense cumpriu a tradição e assinalou o aniversário com uma festa que preencheu o último fim-de-semana de Julho e trouxe até Vila Nova do Ceira muita animação e espírito de convívio.
Os festejos iniciam no dia 30 com uma tarde de jogos tradicionais, destacando-se ainda do programa de sábado a brilhante atuação do Grupo de Dança Kaos e do músico João Coutinho, uma das grandes revelações actuais no panorama da música portuguesa, que se fez acompanhar ao piano pelo também excelente músico João Navarro (dos Chauffeur Navarrus).
No Domingo, a festa continuou com a saudação da filarmónica aniversariante a todos os varzeenses, seguindo-se o habitual almoço convívio entre os dirigentes, executantes e amigos da FILVAR.
A tarde foi preenchida com um concurso de aventais, que primou pela originalidade dos diversos modelos que subiram ao palco. Mais importante que concorrer foi o facto de conviver e mostrar os mais originais aventais, desde os mais antigos aos mais cómicos. Após tão difícil escolha, visto que todos estavam lindíssimos, o júri atribuiu os melhores lugares a Daniela Rodrigues - 3.º lugar; Patrícia Garcia - 2.º Lugar e Paulo João Paiva - 1.º lugar.
A tarde de domingo contou ainda com a actuação do Rancho Folclórico de Alfarrobeira, o concerto da FILVAR e a actuação do grupo Secção de Cantares do Grupo Desportivo, Recreativo e Cultural da Póvoa da Abraveia.
O maestro da Filarmónica, Dr. Nelo Paiva, no final do delicioso almoço convívio, que teve lugar na sede da Filarmónica, agradeceu a presença de todos os que se associaram ao momento, com uma especial palavra para todos os que confecionaram e serviram a refeição.
À semelhança dos anos anteriores, o regente voltou a insistir no principal problema da FILVAR (escassez de material humano). Segundo explicou, os alunos escasseiam, os músicos continuam a disistir e os poucos que ainda restam pecam pela falta de assiduidade, por isso iniciou seu discurso de forma idêntica ao ano anterior: “Não tem sido fácil manter esta casa, nomeadamente no que se prende com o factor humano”.
O maestro queixou-se ainda do cansaço de quem tem estado à frente desta casa e de algum alheamento por parte de alguns varzeenses.
Nelo Paiva realçou a necessidade das pessoas intervirem para que a FILVAR não morra, visto ser “uma referência do concelho de Góis e provavelmente a maior referência da freguesia de Vila Nova do Ceira e aludiu para a urgente necessidade de se conseguir motivar mais jovens para integrarem a Filarmónica.
No final das suas palavras, o maestro entregou ao presidente da direcção, Amorim Garcia, a última partitura que compôs, intitulada “Seleção de Bolero”, com votos de que a Filarmónica Varzeense sobreviva por longos anos.
José Sanches, em nome da Associação Educativa e Recreativa de Góis, consciente das dificuldades que atravessam estas causas, apelou à paciência que é necessária para se conseguir manter os elementos numa Filarmónica e terminou desejando um feliz aniversário à FILVAR e bom futuro, “com sucesso e paz”.
António Gouveia, na qualidade de Presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova do Ceira deu os parabéns à Filarmónica aniversariante e apelou ao carinho e compreensão de todos para que continuem a apoiá-la, disponibilizando-se em nome da Junta de Freguesia, para continuar a apoiar, dentro das possibilidades e surpreendendo com um cheque desta Junta para ajudar a fazer face às despesas.
A presidente da Câmara Municipal de Góis, Dr.ª Maria de Lurdes Castanheira, agradeceu o convite formulado à autarquia e após cumprimentar todos os presentes reconheceu que não é fácil o trabalho realizado neste tipo de associações, deixando uma palavra de apreço para todos os dirigentes e músicos que integram ou integraram a FILVAR.
A autarca continuou referindo que a crise de pessoas neste tipo de atividades não é dilema único na FILVAR, motivo que a edil associa ao facto dos jovens atuais estarem mais vocacionados para aplicarem o seu tempo nos computadores.
A líder da Câmara mostrou-se disponível para continuar a apoiar a centenária filarmónica e garantiu haver sempre uma verba disponível no orçamento da Câmara para ajudar a FILVAR ou qualquer outra associação do concelho.
Consciente que “se a FILVAR acabar dificilmente irá renascer”, a presidente da Câmara apelou ainda ao esforço de todos, no sentido de se congregarem esforços para motivar os jovens e menos jovens a integrarem esta referência cultural da freguesia de Vila Nova do Ceira e terminou otimista quanto ao futuro da Filarmónica, pois, reconheceu: “quando os varzeenses sentem que são necessários dizem sempre presente”.

"In O Varzeense"

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