A Filarmónica Varzeense - FILVAR, em parceria com as diversas instituições de Vila Nova do Ceira, promoveu, no dia 1 de Dezembro, uma homenagem a título póstumo, a Nelo Paiva, maestro que regeu a Filarmónica Varzeense durante quase 24 anos. A ideia surgiu de um grupo de Varzeenses, que de imediato foi acolhida pelos músicos da Filvar, bem como, pelas instituições locais e inúmeras pessoas que se associaram para organizar um dia repleto de sentimentos, como forma de reconhecimento a um homem que, apesar de residir em Miranda do Corvo, “vestiu a camisola” da Filarmónica Varzeense e que tudo fez para a elevar, levando longe o nome de Vila Nova do Ceira e, por conseguinte, do concelho de Góis.
Missa
solenizada, almoço convívio e tarde cultural fizeram parte do programa, que
contou com um incalculável número de pessoas que quiseram manifestar o seu
reconhecimento a Manuel Silvestre Santos de Paiva, falecido, subitamente, a 14
de Setembro último.
A
esposa do homenageado, Balbina de Jesus Oliveira Paiva, seus filhos Bruno e
João Paiva, seu irmão, cunhada, nora, entre outros familiares e muitos amigos
que conviveram com Nelo Paiva associaram-se a este ilustre momento. Também os
autarcas do concelho de Góis e instituições locais fizeram questão de marcar
presença, deixando uma mensagem de gratidão ao homem que disseram nunca
conseguir esquecer e com quem muito aprenderam.
O
programa iniciou com missa, presidida pelo P.e Carlos da Cruz Cardoso,
solenizada pelos músicos da Filvar e com representações dos grupos culturais e
associações da freguesia de Vila Nova do Ceira.
O
almoço, muito bem confecionado e servido por elementos das diversas agremiações
locais, contou com perto de duas centenas de pessoas, que não quiseram ficar
sem se associar para dizer bem alto “obrigado Nelo Paiva”.
No
final da refeição, a iniciar os discursos, Almerinda Gonçalves, de forma muito
emocionada e sentida leu uma mensagem e duas quadras escritas por Maria da
Graça, que trouxeram lágrimas ao rosto dos presentes e que a seguir se
transcrevem:
“Tudo o que se possa dizer sobre o Sr. Nelo Paiva é pouco
para definir o homem que era. Poucos conseguem ser acarinhados no seu trabalho
como ele o foi – maestro da Filvar durante muitos anos. Em cada músico tinha um
amigo, por todos era respeitado, como também respeitava cada um.
Na
sua curta passagem pelo mundo serviu de exemplo a quem com ele conviveu. Todos
nos emocionámos com a sua partida e esperamos um dia o nosso encontro com ele
junto de Deus. O Sr. Nelo continuará a amparar a “sua” Banda e manter viva esta
instituição que tanto se esforçou para levar longe e com isso tornar conhecida
a nossa terra que não sendo sua a ela se dedicou de corpo e alma.
E...
como só se morre quando não há ninguém que nos recorde, é então certo que o Sr.
Nelo não morrerá, porque ele está no coração do povo de Vila Nova do Ceira.
Manuel seu nome próprio/Paiva era o apelido/Pela Filvar
contratado/Por Nelo Paiva conhecido.
A banda era o seu mundo/A música uma paixão/O rosto se
transformava/Com a batuta na mão.”
Também Clara Nunes, em nome do Grupo de Violas e da
Filvar deixou palavras de reconhecimento e entregou aos familiares uma
lembrança e dois ramos de flores como reconhecimento dos anos que Nelo Paiva se
dedicou a Vila Nova do Ceira.
Os discursos prosseguiram com a intervenção do Sr.
António Carvalho, na dupla função de Presidente da Assembleia Geral da Filvar e
presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova do Ceira, que iniciou com um
expresso agradecimento a todos os que tiveram a iniciativa de organizar e
participar nesta “muito honrosa homenagem a título póstumo”.
Emocionado, António Carvalho, reconheceu no homenageado
“um homem inteligente, colaborador, leal, sério, honesto, um bom conselheiro e
um homem atento. Um grande amigo, sempre com uma piada fina e com grande
vontade de viver.”
Desta forma, o Presidente
da Assembleia Geral da Filvar deixou um testemunho de gratidão pelo trabalho
desenvolvido por Nelo Paiva, em prol da filarmónica, em prol de Vila Nova do
Ceira e em prol do concelho de Góis e terminou entregando aos familiares uma
lembrança com a seguinte inscrição: “Nelo Paiva, tantas foram as notas que
partilhamos e os sons que vivemos que jamais o esqueceremos”.
De acordo com a deliberação tomada em reunião de junta,
Carla Maria Baeta, do executivo da freguesia de Vila Nova do Ceira também
entregou uma lembrança aos familiares do homenageado, com a finalidade de
reconhecimento pelo legado deixado por Nelo Paiva. Ao longo do seu discurso, a
autarca da junta admitiu que Nelo nunca será esquecido “como um homem integro,
honesto, dedicado e sempre amigo da freguesia de Vila Nova do Ceira... e que
sempre será lembrado pelas suas qualidades e pelo trabalho desenvolvido
enquanto maestro e enquanto amigo da freguesia.
O novo maestro da Filvar, Nuno Alves, enalteceu a
parceria entre as filarmónicas do concelho, acarinhada pelo maestro
homenageado, garantindo que Nelo Paiva deixou a sua missão cumprida, visto ter
deixado dois filhos com excelentes dotes musicais. Para o novo maestro da
Filvar a melhor homenagem que se pode dar a Nelo Paiva é fazer evoluir a banda,
pelo que, pediu coragem e trabalho a todos os músicos.
Rui Sampaio, presidente da Associação Educativa e
Recreativa de Góis também recordou os concerto feitos pelas bandas de Góis e
Vila Nova do Ceira, reconhecendo que Nelo Paiva era uma pessoa acarinhada por
todos, refletindo-se na grande moldura humana presente na homenagem.
O filho mais velho de Nelo Paiva agradeceu a homenagem e
falou de seu pai como sendo uma pessoa exigente e reconhecendo-lhe uma grande
paixão por Vila Nova do Ceira. “Gostava tanto desta terra, que em tempos chegou
a pensar comprar aqui uma casa”- confessou Bruno Paiva. À semelhança do que era
hábito de seu pai, também apelou à entrada dos jovens para as instituições,
particularmente para a Filvar, lembrando que a filarmónica é uma escola de
vida. Ao novo maestro da Filvar desejou os maiores sucessos reconhecendo-lhe
capacidades para continuar a fazer crescer a Filarmónica.
A presidente da Câmara Municipal de Góis, Dr.ª Maria de
Lurdes Castanheira deixou uma saudação especial a quem se lembrou de organizar
esta homenagem, agradecendo a oportunidade da Câmara se poder também associar.
Para a autarca Nelo Paiva ficará para sempre na história da filarmónica
varzeense, na história de Vila Nova do Ceira e na história do concelho de Góis,
pelo inestimável contributo que deu para engrandecer a música e a cultura.
A presidente da Câmara terminou com chave de ouro dando a
notícia que: “o município, recentemente e em boa hora, decidiu distinguir Nelo
Paiva com um dos maiores galardões do concelho de Góis – medalha honorífica de
mérito, a título póstumo, a entregar durante o ano 2014”.
A cerimónia continuou na Capa do Povo, com um exuberante
concerto realizado pela Filvar, que contou ainda com um grupo onde Nelo Paiva
também tocava, vindo de Miranda.
A equipa organizadora,
em conversa com o Varzeense aproveita para agradecer a todos os grupos
culturais, associações, e pessoas a titulo pessoal, que “deram as mãos”
tornaram esta homenagem possível, apoiando das mais diversas formas, quer com o
seu trabalho, donativos ou até palavras de incentivo e que passo a citar:
Câmara Municipal de Góis, Junta de Freguesia de Vila
Nova do Ceira, Cooperativa Social e Agro Florestal de Vila Nova do Ceira,
Filarmónica Varzeense, Casa do Povo de Vila Nova do Ceira, Rancho Folclórico
“As Sachadeiras da Várzea”, Rancho Folclórico “Os Mensageiros da Alegria”,
Amigos de Santa Bárbara, Associação dos Amigos da Várzea Pequena, Associação
Palavra Renovada, Jornal O Varzeense, Grupo de Violas e Cantares de Vila Nova
do Ceira, Grupo de Cantares da Várzea, Grupo de Voluntariado de Vila Nova do
Ceira, Discosom, Nuno “carteiro”, Nuno “Baeta”, Ilda “do Cabril”, Catarina
Ferreira, Almerinda Gonçalves, Clara Nunes, Amorim Garcia, Gonçalo da Casa do
Povo, Rosa Pedroso, Isabel Simões, Maria da Graça Simões, Tixa Garcia, Márcia
Garcia, Prof.ª Clara Garcia, Cristina “da Monteira”, Luísa Garcia, José Martins
“do Barreiro”, João “do talho”, Jaime Rodrigues, P.e Carlos da Cruz Cardoso que
presidiu à missa solenizada, Cajó que organizou a vinda das pessoas de Miranda
e grupo coral e todas as pessoas que se associaram ao grupo coral e à Filvar
durante a celebração da missa.
A equipa organizadora pede desculpa a alguém que possa
ter colaborado e que o seu nome não conste nesta lista... mas, a forma
afetuosa e de grande valor do homenageado levaram a que todos tentassem dar o
possível para que este reconhecimento estivesse à altura do grande homem que
foi Nelo Paiva, sendo difícil recordar todos os que se associaram para que esta
homenagem fosse uma realidade.
In “O Varzeense” de 15.12.2013
Vila Nova do Ceira perdeu, no passado dia 14 de Setembro, um dos seus maiores entusiastas da cultura musical, o Sr. Manuel Silvestre Santos de Paiva, mais conhecido por Nelo Paiva – Maestro da Filarmónica Varzeense (Filvar).
Vila Nova do Ceira perdeu, no passado dia 14 de Setembro, um dos seus maiores entusiastas da cultura musical, o Sr. Manuel Silvestre Santos de Paiva, mais conhecido por Nelo Paiva – Maestro da Filarmónica Varzeense (Filvar).
Contava apenas 55 anos e era
casado com Balbina Paiva e pai de: Bruno Paiva e João André Paiva, que muitas
vezes o acompanhavam até Vila Nova do Ceira, nomeadamente, para participarem
nos eventos da Filvar.
O seu inesperado falecimento
causou grande constrangimento entre os muitos amigos com quem privava, deixando
uma enorme mágoa entre todos os elementos que compõem a filarmónica, onde foi
maestro durante 23 anos.
O corpo do saudoso extinto
esteve depositado em câmara ardente na Capela Mortuária de Nossa Senhora da Boa
Morte, em Miranda do Corvo, onde, no dia 17 de Setembro foi celebrada missa de
corpo presente, seguindo para o cemitério Oriental da Figueira da Foz.
Neste infausto momento, foram
muitos os que se associaram às cerimónias fúnebres e que manifestaram o seu
carinho, amizade e solidariedade com os seus familiares. A Filarmónica
Varzeense também integrou as cerimónias fúnebres.
Nesta hora de luto e dor, o
Jornal O VARZEENSE também manifesta à sua esposa, filhos e a toda a restante
família as mais sentidas condolências.
No passado dia 14 de Setembro de 2013 fomos
surpreendidos pelo falecimento repentino, do maestro da Filarmónica Varzeense,
Sr. Manuel Silvestre dos Santos Paiva, mais conhecido por Nelo Paiva. Perdemos
todos, um grande amigo, que, faleceu após uma atuação com o seu Grupo de Fados,
nas festas do Dia da Juventude, em Miranda do Corvo.
O Sr. Nelo Paiva entrou como músico
de clarinete, na Filarmónica Varzeense, durante os anos de 1988 e 1989, depois,
e dado que o Sr. Mário Barata Garcia deixou de ser maestro da Filvar, no ano de
1990, foi então o Sr. Nelo Paiva que assumiu o cargo de maestro 1990/2013.
Durante estes 23 anos, que
permaneceu como maestro na Filvar, deixou grandes e boas recordações a todos os
músicos e diretores. Muitos momentos felizes se viverem, com este nossos AMIGO.
Sempre incentivou e apelou a
entrarem novos alunos para a Escola de Música. Preocupando-se em manter a
Filarmónica, trazia, de Miranda do Corvo, o maior número possível de amigos,
para participarem nos eventos que a Filvar organizava, nomeadamente: em
caminhadas, jantares para angariação de fundos, entre outros.
Era ele que administrava o Blogue da
Filvar, mantendo-o sempre atualizado com todos os acontecimentos e fotos.
Fazia o arranjo das marchas
populares e ensaiava as próprias marchas, para além de participar também nas
marchas dos concelhos limítrofes. Trazia o seu Grupo de baile e o Grupo de
fados para abrilhantarem os bailes e serões musicais que aconteciam na sede da
Filvar, sem receber dinheiro nenhum pela atuação.
Tratava todos os músicos com carinho
e de igual maneira. Este homem foi um exemplo para todos aqueles que o
admiravam e vão continuar a admirar, mesmo já não estando entre nós. Também
chamava à atenção quando havia falta de responsabilidade, como é óbvio, mas,
todos os músicos têm boas recordações do Sr. Nelo...
Em relação a mim: entrei na Filvar
no ano de 1995 (para a direção) e já encontrei o Sr. Nelo, que desde sempre foi
uma pessoa muito atenciosa. Sempre que o procurava para tirar alguma dúvida,
ele estava ali para me ajudar. Muito me ensinou também, e não sendo da minha família,
era considerado como tal.
Recordo com muitas saudades, aquele
amigo, não de sempre, mas para sempre.
Como é do conhecimento geral, a
Filarmónica Varzeense tem estado a atravessar momentos menos bons, e mesmo
assim, o Sr. Nelo tentou sempre ultrapassar os piores momentos, procurando
outros músicos que vinham de Miranda, e que continuam a fazer parte da nossa
Filarmónica, nomeadamente: o Cajó, o Sr. Nelson, o Sr. Cosme e outros, que
esperamos que se mantenham na Filvar, porque sabem que fazem falta.
Sabemos que a Filarmónica sem o Sr.
Nelo não é certamente a mesma Filarmónica, mas deixo aqui o apelo a todos que
dela fazem parte, para que não a abandonem, nem deixem que ela termine.
Temos, todos, que ser fortes e
trabalharmos para que a Filarmónica Varzeense não acabe, mas, precisamos de
continuar com a colaboração de todos.
Depois de Miranda do Corvo, a terra
do Dr. Nelo era Vila Nova do Ceira, a segunda localidade que ele cuidava como
se fosse natural desta freguesia. Os Varzeenses faziam parte da família dele. A
Filarmónica era a jóia querida da sua vida e ninguém era indiferente a tudo o
que o Sr. Nelo ensinava e recomendava.
Tanto os jovens músicos como os
menos jovens não têm, certamente, nada a apontar contra aquele amigo, que tinha
uma paciência extrema para aguentar e ultrapassar todos os obstáculos.
Não querendo menosprezar o trabalho
e empenho de todos os diretors, que passaram e estão ainda na Filvar, para
todos eles deixo uma palavra de apoio e coragem para colaborarem e continuarem,
mesmo sem a presença do sempre saudoso amigo e companheiro Sr. Nelo Paiva.
Não quero deixar passar este momento
sem falar e encorajar a família do Sr. Nelo, a esposa D. Bina e os filhos Bruno
e João, que também eles acompanharam o Sr. Nelo, em muitas das atividades, tendo
os dois filhos seguido a área musical e também tendo feito parte da nossa Banda
Filarmónica.
Normalmente as pessoas têm tendência
a dizer sempre bem das pessoas quando elas partem para longe de nós, mas quando
existem na vida, pessoas que fizeram sempre bem numa freguesia que nem era a
sua e que ajudaram ao desenvolvimento duma filarmónica que tem mais de 100
anos, é natural ser fácil falar deste amigo, que era uma pessoa simpática,
bem-educada, afável e sobretudo muito humana.
Obrigado por tudo, amigo e até
sempre Sr. Nelo Paiva.
Vila Nova do Ceira, 23 de Setembro
de 2013
Pela Direção da Filarmónica
Varzeense
Maria Clara Correia Nunes
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